terça-feira, 6 de dezembro de 2016

"CURVAS DO CAMINHO"




Aqui prostro-me
Porem de pé ventos a suportar
Aos que pedras atiram
Sem ao menos ter direção

Opacas luzes provem da noite
Ainda que raios como açoite
Corte-lhe o dorso ferindo-lhe o rosto
Descrevendo palavras silvando ao ar

Luzes que se fazem presentes
Em noite de brilho uniforme mesmo sem luar
Eis me aqui cegas palavras sem se preocupar
São textos colhidos das lembranças a flutuar

Nada aqui à de me lembrar
As frases que já ouvi, quem sou?
Duvidas a mim retribuídas quantas lições
Que por alguns instantes me ausentei

Incautos põem-se a vangloriar
Um voo as cegas como palavras sem direção
Arrebatam as perfumadas e meigas pétalas
Matando as flores ceifando a primavera

Sem começo próximos ao fim
Eis que surgem os paladinos, caprichosos desatinos
Colocam-se a gritar a plenos pulmões
Ao fio da espada a chibata das palavras faz sangrar

Prostrado as águas salgadas belo mar
Pedras sem direção se faz açoitar
Verdades ó as verdades como as garimpar
Reflitas frente ao espelho ainda que por um instante

Um gigante açoita impiedosamente ao servo
Olhos reluzentes de noites ocultas sem luar
O poderosos são os braços da aparente "razão"
Com a mordaça da transparência silenciosa a subjugar


A cada curva em forma de "U" encontrada no caminho
Esconde-se uma esquina, uma palavra esquecida
Pelos atalhos de uma vida nova jornada a se iniciar
Para quem sabe um dia todos os caminhos se encontrar


Poeta do Sertão
06-10-2013

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

"INDEFESOS LIVROS SERVINDO AOS OLHOS E SUA NUDEZ"



Abençoado seja o homem,
Que da cultura se alimentar
Viver em comunhão com a literatura
E seus conhecimentos compartilhar

Feliz é a nação que do livros fizerem sua morada
Olhos que a nada vêm, crua nudez de conhecimento 
Como a um murro imaginário oculto ao saber
O abandono das letras entregues a solidão

Eu sou o silencio palavras incompreendidas
Literatura amargurada perdida, livros sem vida
Como nestas palavras se amparar se os olhos não as tocar
À quem possa percorrer o mundo das palavras sem as ver?

Livros silenciosos indefesos se ofertando ao saber
Olhos desconhecidos cruzados que a nada veem 
Por onde anda as palavras que já não são ouvidas
Preciso seria aos livros se rebelar para a vida, vidas lhes dar
Para que os olhos da vida voltassem a se entender se amar

Indefesos livros servindo aos olhos de desvairada nudez
Dedos que tocam as palavras que não as podem ver
Multidão silenciosa, cultura entregue a solidão
Sentida ouço a voz dos livros ignorada por ingratidão 


Poeta do Sertão
30-11-2016

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

"AOS LÁBIOS, O NÉCTAR DAS FLORES"


                             soneto


Por caminho escondido
Como as águias em seu renascer
Quando isola-se para rejuvenescer
Em suas asas plainando

As pérolas nas profundezas a se reproduzir
Almas apaixonadas como pérolas a se lapidar
Plenas como as águias solitárias a se renovar
Orfeu toca sua lira para os anjos ouvir    

Paixão distribuindo gotas de amor
Hoje as sementes no jardim a se transformar
Quando chegar a primavera se apresenta como flor

O sorriso valorizando um belíssimo olhar
O néctar extraídos das flores
Lábios entre abertos anseiam por beijar


                     Poeta do Sertão
                          30-11-2016

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

"O SOL NÃO DEIXARA DE BRILHAR"


                     soneto


O sol que brilha na cidade da esperança
Hoje escritas dores lagrimas e oração
Olhares silenciosos tomados pela emoção
De repente tudo se transforma em lembrança

O caminho traçado passos e degraus a galgar  
Fica em todos um vazio, como explicar
Almas inconsoláveis abraços mãos a se tocar
Vidas perdidas sem ter como evitar 

Vão-se os corpos fica a historia 
É o sol que brilha assim como ao luar
Serão sempre campões em nossa memoria 

Na cidade da saudade o brilho não ira se apagar
Força Chapecoense não há de sucumbir 
Renasceras das cinzas para aos seus heróis saudar 

"O SOL EM TI JAMAIS DEIXARA DE BRILHAR"


                        Poeta do Sertão
                            30-11-2016

terça-feira, 29 de novembro de 2016

"SONETO DO TEMPO PERDIDO"




Nestes longos anos de penúria por qual passei 
Ficaram tão distantes em minha infância deixei
Infância de miséria castigo e segredo 
A voz vinda do álcool causando espanto e medo

Este soneto envelhecido perdido no tempo
Sopra aos ouvidos as dores vindas no vento
Dias entristecidos de angustias e e dores
A falta de tudo dias de um jardim sem flores

Lagrimas no rosto soluços e temor
Olhos amargurados perdidos na imensidão
Haverá neste angustiado peito fagulhas de amor

O tempo passou no menino as dores marcas deixou
Um soneto feito em lagrimas, no tempo perdido
Lembranças de um passado e das lagrimas que marcou


                           Poeta do Sertão
                               28-11-2016 

sábado, 26 de novembro de 2016

"POR ONDE ANDAM OS SONHOS"




Por onde andam meus sonhos
Que hoje não os encontro mais
Por onde andas 
Tão singelos e perspicaz

Sonhos na madrugada na noite a flutuar
Esta minha vida sonhadora 
Os sonhos comandam os destinos da vida
Sonhos é viver, sonhar é a vida planear

Por onde andam 
Os sonhos perdidos nas noites quentes de verão
Sonhos alimenta a alma aquece a paixão
O sonho é o combustível que conduz a ilusão

Por onde andam os sonhos?
Se nem sei mais o que é sonhar 
A felicidade é vivida em momentos
Os momentos são construídos num sonhar


                       Poeta do Sertão
                           

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

"QUERO SER O SEU SORRISO"





Quero ser seus lábios 
Para ser o seu sorriso 
E no brilho de seu olhar
Em seu sorriso sonhar e versar

Quero ser o seu sorriso
Para na plenitude do alvorecer
Tocar seus lábios como a brisa da manhã
E sentir sua fragrância o seu respirar 

Quero sentir seu corpo pulsando colado ao meu
Magico seria sobre a nevoa te amar
Sentir o toque de seus dedos a me procurar
A noite ilumina seu rosto coberto com a luz do luar

Quero ter o seu sorriso banhar-me em sua boca
Sentir o seu desfalecer na plenitude do prazer 
Tens nos lábios da com da rosa mais bela do jardim
Quero te-la como ao polem tem aos colibris...

Quero ser o seu sorriso, 
Pulsar em seu intimo senti-la pulsando no leito,
Toma-la em meus braços e te amar por inteiro, 
Como o céu ama as estrelas ao brilho do luar


                      Poeta do Sertão
                           21-11-2016

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

"A DISTANCIA"




Perdido por entre as estrelas e a lua
É noite a lua brilha no horizonte 
Entre sonhos e devaneios não sei onde te encontrar
Os sonhos de uma noite sem ao menos lhe tocar

Estamos aqui perdidos tão distantes 
A distancia nos ensina a falar com um olhar
Notas silenciosas nos ouvem, nos faz sonhar
É sua distante presença me querendo amar

Quero encontrar-te tocar seu rosto ama-la ao mar
Entendo-me com a distancia do seu corpo a me tocar
Hoje a noite se fez saudosa sentido a falta do luar
Áh distancia faceira que oculta-se nas ondas do seu olhar

A distancia entre o sol e a lua 
Esta no universo destes versos escritos em saudades
E nas pétalas da flor ao luar do bem me quer 
Meu coração bate onde a mais bela onda rainha estiver


                      Poeta do Sertão

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

"VOLTE PRIMAVERA"




Ninguém sabe do meu coração
Uma perdida ave solitário passarinho 
Um bruto sem lar homem sem carinho
Perdido nesta deserta e frenética imensidão 

Conto aos dias, conto as horas 
Florestas que no inverno sem sua flores chora
É o verão secando ao leito dos rios 
Sem vida põem-se a gotejar 

Ninguém sabe do meu coração
Atrasei-me perdi a flor que tanto desejei
A primavera se foi levando consigo minha flor
Enlouquecidas manhãs de inverno fechei-me em solidão

Marcados beijos de outono esquecidos 
Ecoa por entre as folhas caídas um novo pedido
Volte primavera venha florir novamente o jardim 
Deste esperançoso e humilde colibri entristecido a voar


                        Poeta do Sertão

terça-feira, 22 de novembro de 2016

QUANDO A AREIA AOS BRAÇOS DO MAR SE ABRIGAR




No sublime encontro das areias com o mar
A profundidade das palavras escritas em versos
Ao despontar no infinito mais um dia
Ao acaso da magia nos versos de uma poesia

Quero encontrar-me em poesias
Com as águas beijando areia
O vento que sopra a brisa toca-me a maresia
Nevoa solta suavemente do mar

O acaso poético das cores e das flores
Os detalhes singelos do brilho do luar
Na bela profundidade das águas cristalinas
Onde se esconde a beleza que os olhos não ira alcançar

As marcas dos versos eternizados em poesias
Surpreende-me o perfume da primavera com suas flores
O canto dos pássaros a beleza dos colibris
Vagarosamente cai a noite, surge poética com seus amores

As belas estrelas das noites de luar o universo a iluminar
Deita-se sobre areia, límpidas águas do mar
Como descrever estes versos sem falar do amor
Dos voos das borboletas em direção aos lábios de uma flor

Quando a areia envolvida pelo mar
Transbordando de amor as águas vier lhe fecundar
Onda após onda num incontido vai e vem das estrelas a se banhar
Transformar-te-ei em poesia no sublime momento de amar

Quando a areia nos braços do mar se abrigar
Das águas as ondas sobre seu corpo a cavalgar
Terá as estrelas como testemunhas a luz do luar
Em leito esplendido a areia apaixonada pelo mar


Poeta do Sertão
22-11-2016

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

"ESTA GRANDE E PRECONCEITUOSA SENZALA CHAMADA BRASIL"




Nos sertões deste Brasil
As veredas do cerrado entristecidas 
Na vastidão e na primavera em seus campos
As flores e os pássaros silenciaram a natureza

Tuas montanhas e serras 
Negros Índios e Mulatos
Neste país desenvolvido em miscigenação
Ecoa-se o grito de libertação

Lá dos campos em forma de felicidade um grito ecoou
Lagrimas e sorrisos a liberdade propagou-se aos quatro cantos
Grilhões abriram-se ao sol de um novo dia
É o fim da segregação em ti a liberdade se instalou

Choros e sorrisos 
Comemora-se ao fim do suplicio (escravidão)
Pelos sertões deste imenso Brasil
Reina a liberdade por todo este nosso rincão!!!

Pelos sertões deste imenso País 
Quanta discriminação e preconceito 
Palavras que fere a alma, sangra ao peito
Propositadamente atinge-se a dignidade do sujeito

A senzala se põem em permanente festa
Fogos e homenagens ocultam preconceitos e discriminação
No País da pele morena quanto desrespeito a igualdade
A lamentar tais insanidades infelizmente é só o que resta

Nas senzalas de um longínquo passado
Nos sertões brasileiro, quilombos de resistencia
Olhas o sol, existe tristeza em seu novo despertar
Onde o luar de liberdade e as estrelas vivem a sonhar

Esta grande e preconceituosa senzala
Que embalada pelos gritos de de euforia e liberdade 
Quanto preconceito e adversidade ainda marca esta cidade
Por ignorância inconsequência e ou simplesmente por vaidade 


                        Poeta do Sertão
                              20-11-2016

domingo, 20 de novembro de 2016

"NOSSAS NEGRAS RAÍZES AOS OLHOS, DA MIOPIA"




Nada que se possa dizer 
Da crueldade a luz do dia 
O deserto cerebral aos olhos da miopia 
Negras raízes herança da segregação 

Negros anos e o terror instalado nos campos
O trabalho forçado, seres submetidos a escravidão
Negras são as raízes dos olhos a miopia
Liberdade, igualdade ainda que tardia

Das negras raízes os olhos se fecham sem consciência
Agoniza a terra afogada em ruídos e gemidos de dor
Décadas, anos após anos de agonia e lamentos 
A miséria abrasadora tronco senzala os campos da escravidão   

Estas profundas e negras raízes
Tão difícil de cicatrizar as marcas na alma permanecera  
Nossas negras e segregadas raízes do passado no presente 
Dos olhos marcados como que por miopia a nada vê 

Negras raízes aos olhos, da miopia
Discriminação preconceito ao deserto que se ouvia
A um novo alvorecer, nova luz se fez brilhar
Somos antecedentes de um povo uma raça a se orgulhar...

 



                        Poeta do Sertão
                             20-11-2016

sábado, 19 de novembro de 2016

"MEU SONHO NUM PORÃO, UTOPIA? ESCRAVIDÃO?"




O sono fez-me tombar
Tão cansado não notei e adormeci
Um sono com pesadelo, agitado
E de repente num porão me deparei

Dos arrancos e as batidas das ondas do mar
As águas o navio a chacoalhar parecia virar
Em meu pesadelo a escuridão nada me deixava ver
Ouvia gritos de alguém a sofrer

Em meu sonho tive as mãos acorrentadas 
Deitado em gélido chão plena era a escuridão   
Murmúrios e lamentos sem eu nada a entender 
Conseguiria a este suplicio sobreviver 

Meu sonho num porão 
Capturado submeter-me ei a escravidão 
Debatia-me na escuridão 
Rogava ao Senhor tenha de mim compaixão 

Despertei-me de tal pesadelo ofegante suado
Seria minha esta realidade ou teria sonhado 
Teriam no passado alguém me escravizado?
Teria eu a liberdade deste sonho em um porão!!!

Meu sonho num porão, utopia? escravidão?
Como nos campos de algodão o capataz a chibata 
A liberdade, quizás um dia a igualdade se torne realidade
O amadurecimento para se viver em harmonia 
Sera a igualdade mera utopia em primavera por um dia


                      Poeta do Sertão
                           18-11-2016

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

"LIBERDADE AMORDAÇADA"




A porta da a realidade 
A vida e sua plena liberdade
Amordaça imposta da desigualdade?
O preconceito imposto por uma sociedade 

A tal liberdade e sua felicidade 
O comportamento oportunista de disparidade
A mente empobrecida e mesquinha de uma sociedade 
Oh...liberdade, amordaçada senzala em nós alimentadas

A liberdade é importante se compreender
O  conteúdo da palavra o que vem a conter
Igualdade, liberdade o que vem a ser?
Não se julga a cor é o caráter que à de prevalecer 

Liberdade amordaçada cega subjugada 
A consciência de igualdade, esta é a liberdade
De um País e sua sábia sociedade 
Uma sociedade, sem igualdade e suas disparidade 

Esta cega liberdade prenuncio de desigualdade
Como exercer a plena cidadania se sobre julgas a cor  
Corta-se a veia predomina o vermelho a tingir nosso chão
Em uma só cor se alimenta ao coração


                      Poeta do Sertão
                          17-11-2016

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

"SOMOS TODOS IGUAIS'




No reflexo do meu espelho
Na imagem do meu eu 
Me vejo de frente ao seu ser
Sorridente como a me dizer sou igual a você

Minha pele, na sua pele seus lábios 
Os seus cabelos em seus olhos 
Te vejo em meu corpo
Duvidas não pode haver somos iguais eu e você

Como foi bom te encontrar 
Contigo pela orla do mar
Abraçados coladinhos sobre o luar 
Corpos uniformes a passear 

Somos todos iguais
Nos versos da magia feitos em poesia 
Minha lagrimas em seus olhos
Na magia dos nossos corpos a se encontrar


                  Poeta do Sertão
                     

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

"O CANTO DO ASSUM PRETO"




Assum preto 
Este seu canto como lamento 
Que vem lá do nordeste querido
Escuta-se por todo sertão,seu canto entristecido

Sinto teu cheiro 
Estridente é teu canto 
Assum preto seu canto de lamento e dor
Ah...assum preto quanto penar

Ó nobre pássaro do nordeste
Sinto em ti o cheiro do grão
Das sementes ressecadas por este chão
Seu canto de dor espalham-se aos cantos do sertão

O canto do assum preto 
Assim como a voz do saudoso Luiz
Além das fronteiras faz-se ouvir
Tiraram-lhe a visão, que tal maldade jamais volte a se repetir

Ao longe ouço o canto do assum preto querido
Saudades do cerrado e da liberdade
Dilaceram-lhe aos olhos em troca de seu canto por maldade
Vivo hoje bem longe sem que por minuto tenha eu te esquecido

Tão belo é seu cantar denunciando sua dor
Estas para o sertão como o jardim esta para a flor
Lagrimas cobrem meus olhos
Quando lembro-me de sua insuportável dor por falta amor 

Canta assum preto 
Assim Luiz Gonzaga entristecido lhe cantou
E tu assum preto sem a luz do sol canta de dor
Canta assum preto seu lamento não lhe tiveram amor


Poeta do Sertão
12-11-2016

sábado, 12 de novembro de 2016

"A LIBERDADE DAS PALAVRAS"





Como a luz 
Brilha imponente no infinito 
A soma das letras na liberdade
Incontida de se expressar 

A liberdade e a união das letras
Formando palavras e versos
Compondo-se sonetos e poesias
Como por encanto inexplicável magia

Das noites de luar vividas em boemia 
Entre sonhos e meigas fantasias 
O sol no horizonte o dia vem clarear
Desperta o poeta em seus versos
Como pássaros livres pelos campos a voar

Como a luz do universo 
Que solitária se põem a brilhar
Uma fagulha surge por entre as frestas
Para a imaginação através das palavras se expressar 

A liberdade das nuas palavras 
Num universo incontido da imaginação
No infinito berço, invariável das letras 
A poesia ganha corpo entre versos e estrofes 
Une-se ao papel tão simples para se eternizar 


                         Poeta do Sertão
                              12-11-2016

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

"UMA NUVEM ATOA"




vento que sopra 
As nuvens por este azul céu
Uma andorinha passou e disse
É uma nuvem passageira que vai se dissolver

O tempo transforma água em cristal
A areia em castelo se transformara 
É o artista trabalhando na beira do mar
Hoje sou como a chuva a espalhar pingos pelo ar

A lua cheia inocente pela noite a me convidar
Sou como uma nuvem atoa
Navega o corpo, num veleiro a alma voa 
Querendo em pedra se transformar

Uma andorinha,ah as andorinhas soltas a voar
Sou como uma nuvem desgarrada em busca de um lar 
Recordo-me de tudo que vivemos juntos
Lembro-me dos nossos beijos e começo a sonhar



                        Poeta do Sertão
                            

domingo, 30 de outubro de 2016

"NA PONTA DA ESPADA E DAS PALAVRAS"





Para além, muito além
Duas extremidades opostas 
Como a água e o fogo, a pedra e o corte
Onde tudo começa ou termina

Na ponta da espada e das palavras
Como em um fatídico sonho fora da realidade
Trás lhe o vento momentânea satisfação
Como a uma linha imaginaria demarcada a lápis  

Os traços de um lápis
Marcados em papel marche 
Uma imagem concluída por volta da vida
As marcas do tempo eternizada em grafite 

Na ponta da espada e a magia 
A lamina que corta ao vento levando
Como a ponta das palavras cortam como açoite 
Sem pensar nas feridas que expostas a carne se contamina

Na ponta da espada e das palavras 
Na extremidade oposta de um juiz a sacramentar 
As palavras que podem dizer 
O amanhã sem sol poderá somente anunciar o seu escurecer



                               Poeta do Sertão
                                    30-10-2016        

sábado, 22 de outubro de 2016

"REVENDO A GAVETA DAS ILUSÕES"




Hoje revendo a gaveta longínqua do passado
Quantos escritos perdidos encontrado
Com poesias inacabadas me deparei
Quantas coisas não sei porque parei

Sentimentos passados a tempos esquecidos
Por algum tempo eu voltei
Devaneei pelas sombras de tudo que deixei
Em lagrimas me afaguei 

Hoje revendo a gaveta que no passado deixei
Com a saudade me confrontei
Por quantos dias de primavera passei
As flores que em versos exaltei 

Tão intenso o que foi vivido pelas linhas dos dias perdido
Pequenas partículas de saudades foi o que restou
Os momentos e as lembranças que de mim se apossou
Hoje tão distantes as gavetas da memoria se fez saudades 

Hoje revendo a gaveta um filme adormecido reativei 
Pelos escritos das saudades solitário caminhei
Negando-me ao obvio, frente a frente com o passado 
Que saudoso por instantes embebecido reatei...

Desarrumadas gavetas das ilusões
Remexidas esperanças que alimentam corações
São as lembranças espalhando incontidas solidões
Como as aves soltas na natureza entoando suas canções
 


                          Poeta do Sertão